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Eudes Baima
Professor do curso de pedagogia da FAFIDAM/UECE
Gestado e parido no contexto da Primavera dos Povos, revolução de alcance Europeu que sacudiu sobretudo a França e a Alemanha (mas não apenas), cujo epicentro foi o ano de 1848, o Manifesto do Partido Comunista completa, neste 21 de fevereiro, 173 anos. Sua edição original, em alemão, foi, todavia, impressa em uma oficina na Rua Liverpool, em Bishopsgate, Londres, na Inglaterra, dada as leis prussianas opressivas que vigiam na Alemanha.
As bases sociais e econômicas onde está apoiado seguem vigentes e suas linhas fundamentais continuam atuais. Um guia para a ação, e não um receituário revolucionário, o Manifesto foi solicitado a Marx e Engels pela Liga dos Justos, doravante Liga dos Comunistas, organização proletária de caráter internacional que antecedeu a I Internacional.
O Manifesto rompe uma tradição na história do pensamento: longe de apresentar um sistema ideal, na linhagem dos reformadores sociais do Iluminismo, decorria de uma reflexão sintética que buscava expressar o movimento real da vida social e, a partir daí, indicar as linhas gerais da organização dos trabalhadores em sua luta de classe pelo poder.
Seu aparecimento corresponde, assim, às grandes mobilizações revolucionárias de 1848, quando, como depois Marx assinalará em O 18 de Brumário de Luís Bonaparte, a classe operária, pela primeira vez, adentrava ao cenário político como força independente.
Nos 173 anos de sua primeira edição, em meio à maior ofensiva contra a existência mesma da classe trabalhadora, sob o pretexto do combate à pandemia, a famosa divisa do Manifesto está dramaticamente atual: Trabalhadores de todo o mundo, uni-vos!
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