Frederico Costa
Professor da Universidade Estadual do Ceará e Coordenador do Instituto de Estudos e Pesquisas do Movimento Operário - IMO
Em 5 de maio de 1818, nascia Karl Marx. Um homem odiado pelos poderosos, mas amado e admirado pelos que lutam por dias melhores. Esses não são poucos. Para dizer a verdade, são homens e mulheres que, na diversidade espacial-histórica da Terra, produzem riquezas e sustentam o mundo, como a figura mitológica de Atlas.
Hoje, salvo raras exceções, o planeta é a imagem e semelhança do capital em sua terceira grande crise em um espaço de uma ou duas gerações (1970, 2007 e 2020), com consequências catastróficas para a humanidade: fome, miséria, doenças, guerras, aprofundamento das desigualdades, vidas sem sentido, alienação, destruição da natureza, opressões e decadência tornaram-se fatos cotidianos. Cada vez mais a desilusão parece superar a esperança.
No entanto, esse jovem de 203 anos é atual e nos traz sementes de um futuro melhor. A partir de Marx, temos a crítica mais consistente, abrangente e radical do capitalismo. Não só uma crítica de ideias, mas uma crítica prática a serviço da superação do capitalismo. Uma crítica revolucionária, classista e internacionalista. Por isso, não se deve confundir marxologia, o simples estudo de Marx e seus intérpretes, com marxismo, isto é, a compreensão da realidade social burguesa com o fito de transformá-la revolucionariamente.
O legado de Marx é a luta pela emancipação humana, quando os seres humanos tiverem reconhecido e organizado suas próprias forças como forças sociais sem exploração, mercado e Estado. É um longo caminho que começa agora nas resistências cotidianas, nos sindicatos, nos movimentos sociais, nos partidos políticos de esquerda contra o capital e seus agentes.
No Brasil, comemorar o aniversário de Marx passa pelo Fora Bolsonaro, pela vacinação de todos e por um conjunto de medidas contra a fome e o desemprego, isto é, com um programa de independência de classe. Marx sempre teve profunda confiança nas massas proletárias que, mesmo não possuindo meios de produção, têm nas mãos o futuro da humanidade. O proletariado, ao perder suas cadeias expropriando os expropriadores, liberta todos, todas e todes das amarras alienantes do capital. Isso é comunismo!